terça-feira, 18 de agosto de 2009

Violentómetro


É Plausivel a aprovação da nova lei contra a violência doméstica contra as mulheres e crianças, uma maneira justa das mulheres mostrarem o seu poder e do governo mostrar a sua preocupação com o sexo "frágil", a mãe da nação. Mas eu digo porém (corrijam-me se estiver errada) que essa lei é apenas uma maneira de tapar o sol com a peneira, embora a intenção seja a das melhores convenhamos que uma das causas da violência em todo mundo não é falta de punição (até mesmo porquê, mesmo antes dessa lei abrangente aos mais desprotegidos a violência ja era punida, la à sua maneira, mas ja era punida no país, ja tínhamos um ou outro recluso nas penitenciárias penalizados por cometerem actos de violência contra esposas e derivados)mas sim a omissão dos actos.

O que precisamos para erradicar a violência não é de um papel sacramentado e assinado, precisamos de um milagre, uma espécie de violentómetro. Do mesmo modo que temos o bafómetro a indicar a presença ou não de um nível de alcool elevado nos nossos condutores, o violentómetro indicaria se qualquer indivíduo comete ou não actos de violência doméstica. Isso porque como o dito antes, o que nos falta não são leis a punirem mas sim coragem para denunciar os infratores... precisa-se que as mulheres se conscientalizem que aquele homem que tem em suas casas está muito longe de ser um deus, portanto não é seu dono, não pode fazer do seu corpo o que bem quiser e entender. Que bater, violentar, agredir verbal ou sexualmente não é uma maneira de mostrar amor, mas sim uma falta de respeito para o seres espetaculares que elas são.

Para eliminar a violência é preciso que ela seja ouvida logo no princípio e socorrida, banida da sociedade, e somente a vítima tem o poder de banir a violência do seu meio, e ja que muitas vezes por meio de coação por parte do violentador a vítima não denuncia, precisamos criar um violentómetro e espalha-lo pelas ruas. Assim cada vez que alguém que cometa um acto de violência passar por esses engenhos logo dispara (pipipipipipipipi) daí a polícia poderia entrar em acção e colocar em vigor a lei contra a violência doméstica contra mulheres e crianças.

Mas todos sabemos que inventar esse objecto seria o mesmo que transformar a água em vinho, logo cabe a cada um das vítimas ser o seu próprio violetómetro e apitar (pi pi pi pi pi) cada vez que sofressem qualquer espécie de abuso.
As mulheres principalmente, precisam saber que não denunciar um violentador porque tem por eles sentimentos profundos ou então dependem dele financeiramente não está a ajudar a resolver os seus problemas, muito pelo contrário está a incentivar os filhos (meninos) a serem violentos no futuro e as filhas (meninas) a serem submissas aos caprichos de futuros maridos.

Eu diria que deveria se elaborar uma lei que punisse as mulheres vítimas de violência que não denunciam os seus vilões. E a A.R deveria aprovar a lei por unanimidade, so assim para que a primeira lei surta os efeitos esperados.

CARA E COROA

Existe uma brincadeira muito comum entre as crianças que é o cara ou coroa, todos nós aprendemos a jogar quando pequenos, normalmente faz parte do processo de desenvolvimento, aliás as brincadeiras tem um papel muito importante no crescimento, ajudam as crianças a se socializarem a discernirem entre o certo e o errado, o bom e mau e principalmente a escolherem de que lado querem estar.

O que acontece é que parece que com o andar do tempo, quanto mais adultas ficam as pessoas mais rápido se esquecem das brincadeiras de criança e principalmente dos valores que elas nos ensinavam, e para alcançar o poder e "estabilidade" social passam a inventar novos jogos e brincadeiras, e o mais comum entre os inventados é CARA E COROA.

Se antes eles tinham que decidir entre a cara ou a coroa, hoje não precisam mais. Ficam-se pela cara e pela coroa. Esses seres sem nenhum escrúpulo muito menos personalidade, veneram empoleirar-se aos muros e ficar entre o SIM e o NÃO sem se decidirem pelo TALVEZ, é incrivel como para eles é facil misturar o preto e o branco e não obter o cinzento; adoram um casamento de macacos, a mistura entre o sol e a chuva.

E essas personalidades que se esqueceram que um dia foram crianças e de como era prazeroso brincar e ter uma escolha única por mais que não fosse a correcta, compõem uma minoria activa no nosso país, um meia dúzia que representa Moçambique e é reconhecida no mundo. Esse grupo de ELITE é que faz a cara da nossa nação la fora. E os outros que eu não chamaria de bem intencionados, mas que ao menos sabem exactamente que posição tomar referente a qualquer situação proeminente, esses apesar de constituírem uma maioria que eu acredito que sejam, nem se quer se lhes ouve a voz, não se lhes vêm os passos, eles andam e não deixam marcas, se gritam há sempre uma tempestade para os cobrir.

O incrivel é ver como, essa situação parece não incomodar a ninguém, como parecemos todos conformados em ensinar aos continuadores jogos que nossos pais não nos ensinaram, como a informação deturpada sobre o que seria ético e moral chega as nossas casas como se fosse tão natural como o Oxigénio que compõem o ar e nós a aceitamos. Aceitamos sorrisos cínicos, falsas promessas, aceitamos árbitros que nos incentivam a cometer arbitrariedades, polícias que nos conduzem a corrupções baratas nas vias públicas, aceitamos enfermeiros e serventes a extorquirem-nos a fim de exercerem as funções para as quais recebem o salário que é de assegurarem o que é nosso por direito: a saúde. Aceitamos ladrões a roubarem-nos ainda os apelidamos carinhosamente de Estado, aceitamos o lixo nas nossas ruas enquanto a EDM cobra-nos sempre o imposto da taxa de lixo, aceitamos ruas e estradas bloqueadas por períodos inaceitaveis enquanto emprenteiros receberem dinheiro do Estado que por mera "coincidência" é do povo, para melhorar as nossas vias. Aceitamos ainda uma série de situações que seriam cómicas se não fossem trágicas e não fazemos nada. Parece sinceramente que o descontentamento nos agrada.

E a questão que sempre me martela a cabeça como cidadã Moçambicana que aprendeu a jogar ao cara ou coroa vulgarmente conhecido como o jogo da batota (bandeira ou marca) é apenas uma: Será que para se viver e se fazer sentir em Moçambique teremos todos que começar a jogar a CARA E COROA?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FATALMENTE IMORTAL


Quando muitas vezes um certo grupo de amigos que se vê todos os dias possiveis, convive, descobre coisas, comenta assuntos de interesse comum, chega a conclusão que a sua vida está a cair numa rotina entediante, todos decidem que devem fazer algo diferente e exclusivo para não deixar que o que deveriam ser momentos de lazer se transformem em longas horas de mesmisses entediantes. Aí ideias vão surgindo, em poucos minutos forma-se uma espécie de assembleia informal, todos falam, muitos opinão, debatem veêm os prós e os contras, e o mais calado do grupo, que quase nem se ouve a voz cala a conferencia, sua ideia é explendorosa. Segue-se entre os 9 presentes um silêncio afirmativo, ninguém debate, ninguém contrapõe, está claramente confirmado. A sua ideia foi aceite, a festa numa praia a 3 horas de distância a noite sem hora para terminar e sem um tecto a cobrir, cativa. Olhos emocionados vislumbram aquilo que seria o fim de semana de sonhos, as 4 mulheres presentes se imaginam a desfilar os seus modelitos de bikini ao som do House em plena madrugada, os homens se veêm rodeados de mulheres lindas e embriagadas a sua disposição e sem nenhum elo de ligação forte, que não o sexo momentâneo. O mentor da ideia tem apenas um e único objectivo, algo com que sonha a mais de 3 anos quando se juntou por força da paixão à aquele grupo de responsavelmente jovens curtidores...
Eis que se organiza tudo, entre decidir o que levar, juntar o dinheiro e comprar os suplementos passa-se a semana toda e espreita o tão esperado dia, depois do expediente ninguém fica para contar história, os organizadores, os convidados e simpatizantes todos pegam a estrada de 3 horas até ao local, a curtição é a valer, o mentor tímido como sempre está aí a observar e a juntar todo o seu leque de coragem para se aproximar da mais bonita e não menos malandra menina da turma, a mesma que o fez ingressar para o grupo de amigos. Entre um duplo e outro de Wisky ele vai arquitetando seu discurso e antevendo as possiveis respostas, o ambiente é propício e o momento não pode ser melhor, recém separada está sempre carente em festa de amigos.
Puxar-lhe para um ambiente trankilo e afastado na praia e nem por isso menos bonito, é o toque final para aquele momento mágico, e no decorrer do sopetão de palavras que ele debrocha sobre ela vê-se claramente a negação nos seus olhos, ele tem cada vez mais certeza do não que está prestes a receber e na facada que isso será para ele. Nao quer terminar de falar porque não quer receber a resposta, mas enfim ela vem, crua e vilmente simpática, artifício que só as mulheres possuem transformar algo negativo em simpático. Mas por mais simpático que seja, para um homem que guarda aquilo consigo a 3 anos é o mesmo que um relâmpago a atingir-lhe directamente a cabeça, despedaça-lhe o coração, arranca-lhe todos os 1095 sonhos que ele construira ao longo desse tempo que se resumiam num final feliz deles dois juntos. Sua reacção é um impulso que acontece numa mistura peculiar de timidez, vergonha, inteligência pouco cultivada e muito sentimento indefinido confundido com amor: Violência bruta. O ninho que ele preparou para despender a sua primeira noite com a amada transforma-se na testemunha mortífera da conjunção da paixão carnal e vontade de possuir, de ter o facto consumado, que so pode culminar em tragédia, ela morta num golpe covarde do seu institinto animal. Entre gritos e risadas ninguém ouve seus apelos de socorro, ninguém entende que o que se confunde com amor é exactamente o que tira a vida naquele momento de festa piamente esperado. Ele dorme aí em cima do seu corpo rasgado e frio, ela permanece aí fatalmente imortal aos seus olhos, ninguém pode acreditar. Ele passa a noite toda a recitar poemas ao cadáver dela.

Muitas vezes ignoramos os que estão ao nosso redor e nos esquecemos que a nossa realidade é também composta pelo quotidiano dos que nos rodeiam. Quase sempre o definidor do nosso destino está aí junto de nós, convivemos com ele e nem o reconhecemos, três anos é tempo demais de convivência para não se entender o carácter e a personalidade das pessoas. Convivemos com o psicopata em vários sentidos e so damos por isso quando ja não há retrocessos e ficamos fatalmente Imortalizados pela quantidade de crimes ideondos e sem explicação que acontecem no nosso nariz. Crimes não espontâneos, crimes que vem se realizando em longos períodos de tempo, dia após dia, inocentemente premeditados.

Como pode ser nosso amigo alguém que convive connosco por 3 anos, e não sabemos se quer que nutre sentimentos profundos pela nossa amiga?