quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FATALMENTE IMORTAL


Quando muitas vezes um certo grupo de amigos que se vê todos os dias possiveis, convive, descobre coisas, comenta assuntos de interesse comum, chega a conclusão que a sua vida está a cair numa rotina entediante, todos decidem que devem fazer algo diferente e exclusivo para não deixar que o que deveriam ser momentos de lazer se transformem em longas horas de mesmisses entediantes. Aí ideias vão surgindo, em poucos minutos forma-se uma espécie de assembleia informal, todos falam, muitos opinão, debatem veêm os prós e os contras, e o mais calado do grupo, que quase nem se ouve a voz cala a conferencia, sua ideia é explendorosa. Segue-se entre os 9 presentes um silêncio afirmativo, ninguém debate, ninguém contrapõe, está claramente confirmado. A sua ideia foi aceite, a festa numa praia a 3 horas de distância a noite sem hora para terminar e sem um tecto a cobrir, cativa. Olhos emocionados vislumbram aquilo que seria o fim de semana de sonhos, as 4 mulheres presentes se imaginam a desfilar os seus modelitos de bikini ao som do House em plena madrugada, os homens se veêm rodeados de mulheres lindas e embriagadas a sua disposição e sem nenhum elo de ligação forte, que não o sexo momentâneo. O mentor da ideia tem apenas um e único objectivo, algo com que sonha a mais de 3 anos quando se juntou por força da paixão à aquele grupo de responsavelmente jovens curtidores...
Eis que se organiza tudo, entre decidir o que levar, juntar o dinheiro e comprar os suplementos passa-se a semana toda e espreita o tão esperado dia, depois do expediente ninguém fica para contar história, os organizadores, os convidados e simpatizantes todos pegam a estrada de 3 horas até ao local, a curtição é a valer, o mentor tímido como sempre está aí a observar e a juntar todo o seu leque de coragem para se aproximar da mais bonita e não menos malandra menina da turma, a mesma que o fez ingressar para o grupo de amigos. Entre um duplo e outro de Wisky ele vai arquitetando seu discurso e antevendo as possiveis respostas, o ambiente é propício e o momento não pode ser melhor, recém separada está sempre carente em festa de amigos.
Puxar-lhe para um ambiente trankilo e afastado na praia e nem por isso menos bonito, é o toque final para aquele momento mágico, e no decorrer do sopetão de palavras que ele debrocha sobre ela vê-se claramente a negação nos seus olhos, ele tem cada vez mais certeza do não que está prestes a receber e na facada que isso será para ele. Nao quer terminar de falar porque não quer receber a resposta, mas enfim ela vem, crua e vilmente simpática, artifício que só as mulheres possuem transformar algo negativo em simpático. Mas por mais simpático que seja, para um homem que guarda aquilo consigo a 3 anos é o mesmo que um relâmpago a atingir-lhe directamente a cabeça, despedaça-lhe o coração, arranca-lhe todos os 1095 sonhos que ele construira ao longo desse tempo que se resumiam num final feliz deles dois juntos. Sua reacção é um impulso que acontece numa mistura peculiar de timidez, vergonha, inteligência pouco cultivada e muito sentimento indefinido confundido com amor: Violência bruta. O ninho que ele preparou para despender a sua primeira noite com a amada transforma-se na testemunha mortífera da conjunção da paixão carnal e vontade de possuir, de ter o facto consumado, que so pode culminar em tragédia, ela morta num golpe covarde do seu institinto animal. Entre gritos e risadas ninguém ouve seus apelos de socorro, ninguém entende que o que se confunde com amor é exactamente o que tira a vida naquele momento de festa piamente esperado. Ele dorme aí em cima do seu corpo rasgado e frio, ela permanece aí fatalmente imortal aos seus olhos, ninguém pode acreditar. Ele passa a noite toda a recitar poemas ao cadáver dela.

Muitas vezes ignoramos os que estão ao nosso redor e nos esquecemos que a nossa realidade é também composta pelo quotidiano dos que nos rodeiam. Quase sempre o definidor do nosso destino está aí junto de nós, convivemos com ele e nem o reconhecemos, três anos é tempo demais de convivência para não se entender o carácter e a personalidade das pessoas. Convivemos com o psicopata em vários sentidos e so damos por isso quando ja não há retrocessos e ficamos fatalmente Imortalizados pela quantidade de crimes ideondos e sem explicação que acontecem no nosso nariz. Crimes não espontâneos, crimes que vem se realizando em longos períodos de tempo, dia após dia, inocentemente premeditados.

Como pode ser nosso amigo alguém que convive connosco por 3 anos, e não sabemos se quer que nutre sentimentos profundos pela nossa amiga?

1 comentário:

  1. Deixarás muita saudade... obrigada por tudo o k aprendi ctgo apesar de nao te considerar um exemplo de um todo... queria ter estado mais presente e nao te ter criticado, afinal so querias aproveitar o k a vida te oferecia. Queria ter estado lá e quem sabe as coisas teriam sido diferentes... miss you bubble...

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