quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Poder do voto

O que passo a relatar agora pode ter muitas interpretações dependendo do ponto de vista de cada um: para os muito sensiveis pode parecer triste (podem até chorar), os com grande senso de humor vão morrer a rir, mas a ideia é uma vez mais chamar a razão de forma coerente ao poder que nós temos sobre o país:



"A minha mãe é uma mulher dificil, complicada, ela dita as regras e nós seus filhos mas não seguidores temos que cumpri-las. Uma situação extremamente frustrante que acontece com muitos nesse país.



O facto é que um dia farta de baixar a cabeça, ou no dito popular, baixar as orelhas, porque é isso que um burro faz quando o outro fala, eu decidi agir (coisa que os moçambicanos ja deviam estar a fazer). Eu sempre acreditei nos que dizem que a união faz a força, eu sabia que sozinha eu não podia contestar muitas atitudes da minha mãe, mas se eu e meus irmãos nos reunissémos em um conselho familiar, de certeza chegavámos a algum lugar.



Expliquei-lhes a situação, concordaram em falarmos com ela logo depois do jantar e explicarmos o que nos deixava insatisfeito naquela coligação maternal, eu ficaria na frente do comité ali organizado ja que era a mentora da ideia. "Nada mais justo" pensei.



Assim que o jantar terminou, pedi-lhe para falarmos, comecei a despejar... a sentir-me aliviada, a procurar as palavras certas para explicar o descontentamento, ela ouviu tudo e assim que terminei mandou-me arrumar as minhas malas e sair da sua casa, que se eu não estivesse satisfeita ela não me queria do baixo do tecto dela, arrumei as malas e saí com muita dor e sem noção do próximo passo. Arrisquei e petisquei.



Olhem, o importante aqui não foi o desfecho da minha história mas sim a moral que isso traz, nós o povo Moçambicano precisamos disso, de atitude, de mostrarmos o nosso descontentamento perante várias acções do governo, eu garanto que o governo não vai ter a mesma atitude da minha mãe. Porque a minha mãe so teve aquela atitude porque ela sabe que passe o tempo que passar ninguem vai contestar o lugar que ela ocupa, nasceu filha, passou a mãe naturalmente. Mas se a minha mãe soubesse que a cada cinco anos eu e os meus irmão fossémos as mesas de voto para escolher a próxima matriaca a atitude dela, depois do jantar naquele dia teria sido completamente diferente.



Essa é a vantagem que nós como povo democrático temos, principalmente jovens. Nós podemos em massa como irmãos marcar uma reunião com o nosso pai governo e mostrar lhe o que não nos agrada no seu comportamento, e se formos uma maioria que não quer so fazer estatística eu garanto que seremos pacificamente ouvidos.



Se formos uma minoria, logicamente seremos abafados e calados, mas a ideia é sermos uma maioria organizada, e mostrarmos as nossas preocupações. Eu acredito sinceramente na minha pertpétua ingenuidade que o governo e o seu povo podem caminhar como pai e filhos e até amigos. Bastando para tal que tomemos para isso uma atitude, que agente se faça sentir. Porque resmungar pelos cantos, mostrando as nossas bocas compridas sem voz activa não nos transforma em lutadores, apenas fofoqueiros e intriguistas. Não esperemos que a mulher do salto alto veja que está a pisar no nosso pé descalço na corrida pelo pão, temos que ser nós a dizer a ela que nos está a esmagar.



Um elefante pode pisar uma formiga e esmaga-la com muita facilidade e nem dar por elas, mas não poderá fazer o mesmo se as formigar forem milhares e se aglomerarem a fazerem figura de rato.



Temos o poder do voto nas mãos, vamos acreditar em Moçambique a terra que nos viu nascer.

EU ACREDITO

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